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2003-09-30

Koba o Terrível (2) 

Cheguei ao fim da leitura do livro. O autor adianta algumas hipóteses para explicar como um sistema tão aterrador pôde ter existido. A maldade era tão inacreditável, que era impossível acreditar. Staline vingou-se da sua origem georgiana, da família e de todos os camaradas ou velhos bolcheviques que alguma lhe tenham feito sombra ou pudessem vir a fazer. Matava-os a eles e às suas famílias. Estendeu o terror a toda a sociedade soviética. Todos podiam ser “inimigos do povo” ou “trotskistas”. A fome brutal foi imposta, implicando também milhões de mortos. Quando a Comissão do Censo lhe apresentou uma quebra da população, mandou-os prender e fuzilar. Quando Kirov, o dirigente de Petrogrado, foi morto, num crime organizado pela Tcheka, a polícia secreta, a seu mando, foram organizados funerais de estado, em que Staline apareceu à frente de uma comitiva vinda de Moscovo, tendo elogiado e beijado o morto. A causa próxima para este assassinato tinha sido uma votação no Comité Central em que Kirov tinha sido rejeitado por três votantes e Staline por mais de cem.
Vinte milhões de mortos à conta de Staline! (A frase cínica de Staline: uma morte é uma tragédia, um milhão é estatística). Vinte milhões de tragédias!
Como é que muitas pessoas foram e ainda são hoje “tolerantes” com este barbarismo?
M. Amis conta um episódio passado há pouco tempo com um seu amigo, ex-stalinista e agora social-democrata, aquando de uma conferência sobre a União Europeia, na sede do “New Statesman”, o qual começa por fazer alusão irónica a outras intervenções suas no passado, no mesmo local, de apoio a outras políticas (estalinistas implicitamente). Isto arranca risos (benevolentes) da assistência.
Amis, volta a falar do Bigodinho (Hitler)-Bigodaça (Staline), ao qual já tinha dedicado um capítulo. Conclusão: não devia haver benevolência para o Bigodaça, como não há para o Bigodinho!

2003-09-29

Vivaldi (La Stravaganza) 

Uma gravação maravilhosa desta obra, realizada pela editora Channel Classics, em SACD (Híbrido-Multicanal), vai receber o prémio da revista Gramophone para o melhor CD barroco de 2003, e com hipóteses de ser escolhido o melhor CD do ano em todas as categorias. Aliás na linha dos elogios de outras revistas de música.

"User-Agent: Microsoft Outlook Express Macintosh Edition - 5.01 (1630)
Date: Sun, 28 Sep 2003 22:08:24 +0100
Subject: Channel Classics news
From: clubchannel
To: Jared Sacks

Dear Friends of Channel Classics.

The good news is out that Channel is to receive the Gramophone award 2003
for the best Baroque recording of the year with Rachel Podger with her
Vivaldi ŒLa Stravaganza¹!


On the 12th of October the awards presentation will be taking placein
London. Of the 6 final awards, one will also be chosen as the best CD of
the year. I think we even have a good chance for this. We will keep you
posted.
We are of course honoured to be getting this distinction. Also because it
is the first SACD to receive Gramophone of the year. Rachel and I will be
at the awards. Since I am the man behind the microphones, I am hoping that
Rachel will do the talking and accept the award!
....."

Bob Dylan (Revisitado) 

Bob Dylan (Revisitado)
Segundo informou e comentou ontem (Domingo), na revista do DN, José Victor Henriques (Audiofilia Crónica), 15 discos de Bob Dylan, desde1963 até 2001, foram reeditados pela Sony Music em formato híbrido, isto é no mesmo disco, uma versão, melhor dizendo camada, para CD e outra para SACD (Super Audio CD). O que significa, mesmo que não se tenha leitor de SACD, que se podem ainda ouvir "remasterizações" muito cuidadas e de excelente qualidade sonora no leitor de CDs. Alguns dos discos (6) são em versão multicanal.

The Freewheelin' Bob Dylan (1963) - SACD híbrido estéreo
Another Side Of Bob Dylan (1964) - SACD híbrido multicanal
Bringing It All Back Home (1965) - SACD híbrido multicanal
Highway 61 Revisited (1965) - SACD híbrido estéreo
Blonde On Blonde (1966) - SACD híbrido duplo multicanal
John Wesley Harding (1967) - SACD híbrido estéreo
Nashville Skyline (1969) - SACD híbrido estéreo
Planet Waves (1974) - SACD híbrido estéreo
Blood On The Tracks (1975) - SACD híbrido multicanal
Desire (1976) - SACD híbrido estéreo
Slow train Coming (1979) - - SACD híbrido multicanal
Infidels (1983) - SACD hibrido estéreo
Oh Mercy (1989) - SACD híbrido estéreo
Street Legal (1998) - SACD híbrido estéreo
Love and Theft (2001) - SACD híbrido multicanal

2003-09-27

Marijuana 

Estudo Cientí­fico do Conselho Superio de Saúde Italiano, publicado La Repubblica (sábado 27 Set 03).
I risultati di uno studio affidato dal ministro Sirchia
al Consiglio Superiore della Sanità "Molti danni collaterali"
Gli esperti: "Giovani attenti
La marijuana fa male alla salute"

Assuefazione, passaggio a droghe pesanti, problemi psichici
Un documento che "sostiene" la linea dura del governo
.........
Il Consiglio superiore di sanità nell'elaborare il suo studio è partito da un dato: l'alto numero di adolescenti che in Italia fumano cannabis. E da questo dato è arrivato alla conclusione che "l'uso della cannabis è gravato da pesanti effetti collaterali quali dipendenza, possibile progressione all'uso di altre droghe quali cocaina e oppioidi, riduzione delle capacità cognitive, di memoria e psicomotorie, disturbi psichiatrici quali schizofrenia, depressione e ansietà ; possibili malattie broncopolmonari tra cui bronchite ed enfisema".

O jornal está a fazer uma sondagem e a pergunta e o resultado são os seguintes:

Il Consiglio Superiore di sanità ritiene che "la cannabis non debba considerarsi 'drog
a leggera' e che il suo consumo non rappresenta quindi un'abitudine priva di conseguenze sulla salute". Siete d'accordo?

1 Sì
2 No
3 Non so
Risultati:
1 21%

2 78%

3 2%


3331 voti alle 03:13
sondaggio aperto alle 17:34 del 26-09-2003

O Juiz e a fama (2) 

Henrique Monteiro escreve no Expresso (online) sobre o desembargador que insultou e empurrou os jornalistas da SIC e acha que afinal o juiz teve o seu momento de fama:

"Se alguém quisesse desprestigiar os juízes portugueses não faria melhor do que o presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, um senhor desembargador até agora obscuro, mas que teve o seu momento de fama quando, empurrando a câmara de filmar da SIC bradou para a jornalista Sofia Pinto Coelho: «Não há conversa, minha senhora antes que eu rebente com essa merda toda. Não quero ser filmado».
....
Se o doutor Silva Pereira, a quem a vida levou para o lugar de desembargador presidente da Relação de Lisboa tivesse a intenção de desprestigiar a Justiça, não teria feito melhor. "

Vinicius de Morais 

Toda a obra literária de Vinicius de Morais e outros tópicos referentes a este criador estão disponíveis online.

O gato 

Com um lindo salto
Lesto e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pega corre
Bem de mansinho
Atrás de um pobre
De um passarinho
Súbito, pára
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
E quando tudo
Se lhe fatiga
Toma o seu banho
Passando a língua
Pela barriga.



in Poesia completa e prosa: "Poemas infantis" de Vinicius de Morais


2003-09-26

Equivalente Americano do Baralho de Cartas Iraquiano  

O autor francês achou indecente que se pusessem os iraquianos, procurados no fim da guerra, num baralho de cartas. Assim, fez cartas com os responsáveis americanos, sendo o rei de ouros o Bush e o ás do mesmo naipe o Cheney.
O baralho pode ser visto, descarregado em PDF ou comprado no site:
baralho cartas

2003-09-25

Atrás das Grades 

Ao fim de vários atropelamentos, alguns mortais, resolveram, há duas semanas, colocar blocos de cimento, na separação dos dois sentidos na Avenida da República, junto ao túnel do Campo Pequeno, em Lisboa. Só que, pior a emenda que o soneto: os blocos, em vez de inibirem a travessia, só a complicavam. Vai daí, puseram então um gradeamento de rede relativamente flexível, com perto de 2 m de altura. Qual o meu espanto, hoje, quando vejo que a rede já estava amolgada e portanto já tinha sido escalada por algum peão mais destemido. Há realmente portugueses que não se deixam ficar atrás das grades e prevejo que dentro de alguns meses o tal gradeamento esteja bastante esburacado.

O Juiz e a Fama 

Anteontem vi na SIC, um juiz a vociferar e a empurrar uma jornalista e um operador de câmara, que somente lhe queriam dar uns minutinhos de fama, a que todos temos direito (como dizia o Andy Wahrol), através de umas perguntas completamente inócuas. O homem, ao que parece o presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, é desancado hoje na imprensa (a SIC vai fazer queixa), que não lhe reconhece o direito de recusar os tais minutinhos de fama televisiva a que, pelos vistos, todos temos obrigatoriamente direito.

Terrorismo e Sida 

Pacheco Pereira critica hoje no Público a posição de Sampaio de equiparar a necessidade de combate ao terrorismo internacional e à sida (nomeadamente em África). De facto, não é comparável, como não o é a ameaça terrorista com a malária, com a obesidade ou com o consumo de tabaco. Imagine-se mais uma série de atentados como os do 11 de Setembro, com o uso eventual de materiais nucleares ou biológicos, a provocarem o pânico generalizado.Os danos que seriam infligidos às economias ocidentais, e por tabela à economia mundial, seriam devastadores. A tendência para o isolacionismo aumentaria e haveria um recuo acentuado na ajuda ao combate à sida e a outros flagelos. Isto não quer dizer que não deva ser modificada a estratégia de combate à sida em África, nomeadamente através de um maior empenho dos governos dos países mais ricos.

2003-09-24

Koba o Terrível (Cont. 2) 

Coincidência ou não, foi reeditado, tendo saído ontem, na Colecção Nobel do Diário de Notícias, Um dia na vida de Ivan Denisovich, de Aleksandr Solzhenitsyn. Descreve o quotidiano num campo de trabalho soviético.

2003-09-23

Koba o Terrí­vel (cont.) 

A maldade mais desenfreada aplicada a milhões de pessoas: tortura, aviltamento total, fome e morte. Desde o princí­pio da revolução russa. Lenine exigia repressão e mortos. Trotsky não era melhor. Uma diferença entre Lenine e Staline: o último torturou e matou também bolcheviques. Famílias inteiras presas, torturadas e mortas. E depois as quotas da repressão: era preciso prender tantos por noite, interrogá-los, torturá-los, obter as "confissões" e enviá-los para os campos de trabalho. Aqui, segundo foi teorizado, o tempo médio de vida, para que o trabalho escravo fosse rentável, devia ser três meses. Um pormenor: quando chegava a vez dos interrogadores da polícia secreta serem também presos, pediam logo a caneta para assinarem a "confissão", de modo a evitarem o mais possível a tortura dos interrogatórios.

2003-09-22

Gastão ao telemóvel e banhista em Pedrouços  

Foto3
Foto4
Foto5
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Gastão dentro de um copo 

Foto2

Pinheiros de S. Pedro Muel 

Foto1

Appolinaire: Le bestiaire ou cortège d'orphée ( Extrait ) 

Je souhaite dans ma maison
Une femme ayant sa raison
Un chat passant parmi les livres
Des amis en toute saison
Sans lesquels je ne peux vivre.
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Em minha casa gostava de ter
Uma mulher com as suas razões
E um gato que passeasse entre os livros
E amigos sempre em todas as estações
Sem os quais não se pode viver.

Tradução (Rui)

Despedimentos Função Pública? 

"Governo propõe "lay-off" e despedimentos na Função Pública

PUBLICO.PT O Governo pretende aplicar os regimes de "lay-off" e o despedimento por redução de actividade na Função Pública, no âmbito da reforma da Administração Pública, revela o "Diário Económico".

O "lay-off" admite a redução dos horários ou a suspensão do contrato quando se verifique uma diminuição grave e anormal da actividade."

Nas próximas eleições europeias (em 2004), tem de se aplicar também o lay-off a este governo, por actividade anormal, por manifesta incompetência e por extremismo de direita.

2003-09-21

Títulos de Tablóides 

Hoje no 24 h(?) em letras garrafais na 1ª página: Portas assustado com colesterol. Podemos vir a ter mais títulos do género: D. Barroso preside Conselho de Ministros em pé por causa das hemorróidas ou mais metafóricos como Ferro anémico ou Pinto com medo dos nitrofuranos e por aí fora.

Koba o Terrível 

Comecei a ler o livro de Martin Amis: uma biografia de Staline. Logo desde as primeiras páginas, arrepiante. Apesar de esperado. As motivações do autor para esta escrita: o pai (Kingsley Amis), também escritor, foi stalinista convicto, embora mais tarde tenha abandonado completamente estas posições, e perceber por que razão tantos intelectuais apoiaram cegamente semelhante criatura.

2003-09-20

Hoje, junto ao Cabo Espichel, um rebanho de cabras (com pastor). Cabro Espichel!
Passámos por placas com indicação de Coina. Risadas por causa da frequente queda do i.
Lembrámo-nos dos autarcas que de vez em quando propõem mudanças dos nomes mais feios ou obscenos das suas terrinhas. E há cada nome por aí...(a continuar)

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